domingo, 2 de outubro de 2011

Eu recomendo-Judô!

Durval Alfredo Rente-7ºDan
A etiqueta no judô o diferencia dos outros esportes e é um requisito prévio a seguir, que é tão importante quanto o combate em si.A saudação é uma expressão de gratidão e respeito quando é feita seriamente com cortesia, antes e depois de entrar na área do tatami, aos instrutores e cada um que pratica o judô, e na competição. Com efeito, se expressa a gratidão ao fundador do judô, mestre Jigoro Kano, as suas instruções, aos seus oponentes, pela oportunidade de aprender e melhorar ambos, técnica e espiritualmente.

A saudação indica também o respeito pelas regras e a filosofia do judô, respeito ao adversário e respeito à si mesmo. Durante a saudação, o individuo se prepara mentalmente para atingir a perfeição na execução das técnicas e a prática do judô.

Na maioria dos clubes e associações de judô, há um quadro do mestre Jigoro Kano no Dojo para competição e prática, Quando se entra ou se sai do tatami, faz-se uma reverencia para reconhecer e agradecer ao fundador do judô. Antigamente o Dojo era considerado um lugar sagrado para quem ia receber a instrução, desde o sensei, e para aperfeiçoar o que se havia aprendido.

No inicio da aula, fraz-se uma saudação ao sensei ou instrutor para pedir os ensinamentos e ajuda a todos para progredir. Ao final da aula, saúda-se o sensei ou instrutor pelos ensinamentos recebidos. O shiai ou competição, é uma oportunidade para o judoca demonstrar suas habilidades e etiqueta do judô em público. As reverencoias tradicionais permitem ao judô destacar-se entre os esportes. Para abrir a competição, os árbitros e competidores se juntam sobre a área de competição, e saúdam o “joseki” ou mesa de honra, para reverenciar os mestres de grau superior, e convidados que ocupam posições elevadas. Em seguida, os árbitros giram para a sua esquerda ficando de frente aos competidores. Os competidores saúdam cortesmente para demonstrar que respeitam os árbitros e as regras de competição.

É responsabilidade igual para todos os judocas, treinadores, competidores e árbitros conhecerem todos os aspectos das tradições de reverencia ao judô. Aos árbitros é confiada a responsabilidade fundamental de assegurar que a etiqueta permaneça para que a tradição continue. Existe todo um cerimonial de como vestir o kimono e amarrar a faixa, subir no tatami, uma hierarquia de como cumprimentar, respeitar e se dirigir aos superiores e a obrigação de ajudar e amparar os inferiores. No Japão, a imagem do sensei de judô era muito mais respeitada pela sua integridade do que pela sua força. Como podem ver, o judô é uma arte de cavalheiros e não de guerreiros.

A competição serve apenas como um meio, e não como uma finalidade em si. A competição deve ser estimulada, mas não cobrada. Muitas pessoas desistem do judô por não conseguir um resultado satisfatório, ou após passar a sua fase de competição. Ser campeão é para poucos, é ilusório e passageiro, e as vezes prejudicial, por a pessoa se julgar melhor que as outras. Muitas vezes se aprende mais com a derrota do que com a vitória. A competição deve ser encarada apenas como uma etapa no cultivo do caminho, que uma vez passada, abrirá caminho para as etapas seguintes. A aprendizagem se estende até o final da vida, atuando como professor, arbitro e ajudando em eventos e praticando os diferentes “katas”, que são formas técnicas que permitem o praticante continuar a treinar o judô mesmo após passar a sua fase de lutador.

Portanto cultive a humildade, pois você não é e nunca será nada, fuja da arrogância, da vaidade e do egoísmo, pois elas denigrem a pessoas por mais forte que ela seja ou por mais conhecimento técnico que possua.Procure no seu professor, um pai, no seu Dojo sua casa, e nos seus colegas uma família. Ajuda a termos um judô forte dentro dos seus valores originais. Antigamente ao convidarmos alguém para treinar, usávamos sempre a expressão “ONEGAI SHIMASSU” (Por favor, é uma honra), e ao terminarmos o treino “ARIGATÔ GOZAIMASHITA” (Muito obrigado).

Se realizássemos uma projeção imperfeita, que dificultasse o adversário de realizar a queda, pedíamos sempre desculpas “GOMEM” (Desculpa, perdão). Vamos pensar seriamente em tudo o que aqui foi escrito, a assim conseguiremos resgatar o JUDO como era antigamente.
O importante não é ser melhor do que os outros, mas sim melhor do que já somos.
Prof. Durval Alfredo Rente
( 7º Dan )

 
JIGORO KANO
Fonte:judô messias

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